Tu B’Shevat chegou, a festa para as árvores

Tu B’Shevat (literalmente, 15º de Shevat) e uma das festas judaicas que significa muito pouco para muitos judeus. A maioria nem sabe que é chamado de Rosh Hashaná (um dos quatro), ou por quê.

Na pratica, Tu B’Shevat é o dia do ano que separa o ano anterior do ano seguinte no que diz respeito às frutas cultivadas em árvores, uma vez que a maioria das chuvas já caiu em Israel até então. Como resultado, qualquer árvore plantada naquela época certamente criará raízes no solo já saturado pela chuva. Portanto, este é o dia que nosso sábios designaram para determinar os frutos da safra do ano anterior, para fins de dízimo. Por esta razão, Tu B’Shevat é um dia de julgamento para as árvores, para determinar o quão generosas elas serão no próximo ano com base nos méritos do povo judeu.

Tu B’Shevat é também um dia que denuncia o louvor da Terra de Israel e, portanto, está imbuído de um sentido festivo. O trabalho não é proibido, mas há uma tradição de comer frutas da Terra de Israel, especialmente das sete espécies pelas quais Israel é elogiado (são: trigo, cevada, uva, figo, romã, azeitona e tâmaras).

Conceitualmente, Tu B’Shevat significa muito mais, não é chamado de “Rosh Hashaná para as árvores”, mas para “a árvore” (singular); sempre que a palavra “árvore” é usada, refere-se à Torá, que é chamada de “Etz Chaim”, a Árvore da Vida. A que isso vem aludir?

A maioria das pessoas sabe que havia pelo menos duas árvores no Jardim do Éden: a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e a Árvore da Vida. O que muitos não sabem é que, na verdade, havia apenas uma árvore antes de Adão comer o Fruto Proibido: a Árvore da Vida.

Mas a Torá fala sobre a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal antes do pecado também? Sim, diz o Zohar – mas antes do pecado, ele existia apenas como um galho da própria Árvore da Vida. Só depois que Adão comeu da Árvore contra a vontade de Deus, o “galho” se partiu e se tornou uma árvore independente e fonte de conhecimento.

A retificação da criação significa a reunificação da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal com a Árvore da Vida; Mashiach virá uma vez que o povo consiga unir este dois conceitos. Fazemos isso principalmente estudando a Torá e cumprindo mitzvot, que serve para remover o véu da natureza das mãos de D´s e tornar sua Presença mais clara.

Portanto, Tu B’Shevat é um momento de profunda contemplação, de desenvolver uma unidade espiritual com a Torá e Eretz Israel. Como em Purim depois disso, o clima festivo de Tu B’Shevat nos ajuda a elevar nossa consciência para entrar no plano mestre de D´s para a criação e encontrar nosso lugar dentro desse plano. Ao fazer isso, aproximamos a Árvore do Conhecimento da unificação com a Árvore da Vida.

O povo judeu é referido como “maçãs penduradas na Árvore no pomar”, a Árvore aqui se referindo ao próprio D´s. Portanto, Tu B’Shevat é também a celebração do relacionamento único e íntimo que o povo judeu tem com seu D´s, um dia especial para buscar essa proximidade.

Tendo dito tudo isso, desejo a todos Chag Sameach, e um ano frutífero!

Rabino Shai Stauber

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